sábado, 28 de agosto de 2010

Sonhos?


Sim, sonhos. Não os de padaria, mas aqueles que você tem durante suas míseras horinhas de sono. Fico aqui, matutando sobre eles, “de onde eles surgem?” e coisa e tal. É claro que existem estudos relacionados a isso, mas é tão mais bacana bater um papo cabeça comigo mesma sobre o assunto!

Meus sonhos são estranhos e acho que os seus também; na verdade, desde quando surgiram as comunidades em redes sociais concluí que ninguém gosta de lavar a louça e todos pedem mais cinco minutinhos quando acordam, portanto, é provável e quase certo que metade da população do planeta também sofra do mal dos sonhos estranhos, pois as pessoas adoram se imitar – até nisso.

Quem nunca acordou e pensou “de onde o imbecil do meu cérebro tirou essa porra”? Se você respondeu “eu”, você mente. Ou seu cérebro é muito chato, porque é gostoso ter sonhos esdrúxulos de vez em quando.

Nessa noite, eu sonhei que tinha um polvo terrestre de estimação, cor de laranja, que só podia viver em condomínios. Ele era pequeno e sorria enquanto eu arremessava pedaços de “bolacha água e sal” para ele. Logo que acordei, já veio a tal da pergunta. A única resposta: meu cérebro usa drogas. A dona dele está longe delas – melhor explicar, vai saber –, mas ele sai de fininho no meio da noite, pra alguma viela ou beco cerebral.

Pensei bem e, é, acho que todos os cérebros usam drogas! Os tais estudiosos sobre os sonhos, por acaso, já tentaram investigar as vielas cerebrais durante a noite? Elas devem BOMBAR! Talvez o meu cérebro até conheça o seu, eles podem ser companheiros de saídas noturnas, por que não?

De qualquer forma, por favor, se minha teoria for comprovada – o que é bem provável, não criem campanhas de combate às drogas cerebrais no mundo dos cérebros, as deixem só para os seres humanos mesmo. Isso acabaria com a capacidade dos cidadãos cerebrais e todas as pessoas merecem sonhos loucos e curiosos, pra fugir um pouco da realidade que é, muitas vezes, sem graça – eu, por exemplo, jamais terei um polvo terrestre laranja de verdade.

Sonhar é maravilhoso, é estimulante, é o primeiro passo para muitas das grandes ideias criativas! Vamos sonhar? Sonhe aí que eu sonho aqui. Quem sabe nossos cérebros não viram amigos hoje?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Quanto tempo!


Tem muito tempo que eu não escrevo aqui, pois tenho pouco tempo para escrever aqui. Estranhas as maneiras opostas com as quais o tempo lida com a gente, ham?

Engraçado que meu último post também foi sobre tempo, só que um pouco mais revoltado.

Enfim, vivemos numa constante falta de tempo. Mas, na verdade, o tempo não está em falta, ele continua lá, do mesmo jeito, com suas vinte e quatro horas diárias. Então, na verdade, quem é que está em falta, se não o tempo?

Será nossa força de vontade para acrescentar no tempo algumas de nossas vontades? É, acho que é ela que está em falta, a tal da força de vontade. E sabe de quem é a culpa? Do tempo! O mesmo tempo que eu disse logo acima que não está em falta para nós. Então, a culpa é e não é do tempo. Não entendeu? Façamos uma análise bem humorada - ou não - da situação, porque talvez nem eu me entenda muito bem.

O cidadão acorda, toma café, pega o delicioso transporte público com outras pessoas que, não só fizeram o mesmo que ele, como imitam-se também na bela “esmagação coletiva” - e quem nunca foi amassado por outros cidadãos trabalhadores? Deveria até existir uma “competição amassadorazística”, para dar mais um pouco de emoção às pessoas: quem esmagar mais, não paga a passagem. Ganha quem deixar cinco concorrentes roxos (tinta guache e canetinha são trapaças), mas não vale matar.

Até aí já foi quanto tempo? Uma hora e meia, duas?

Ele chega ao trabalho. Uma pilha de coisas para fazer, reunião, outra pilha de coisas para fazer. Quando vê, nem parou para ir ao banheiro e já está na hora do almoço. E aí? E aí o cara utiliza parte da sua hora do almoço para ir ao banheiro, porque o cocô não pode esperar até o final do expediente – sorte dos que não conseguem fazer cocô fora de casa, esses ocupam uns minutinhos a menos em tal atividade; por sinal, já pararam para pensar que talvez o banheiro no local de trabalho seja a maior invenção da história da humanidade? Ninguém pode entrar lá para saber o que você está fazendo. Se você for espertinho e lembrar da existência dele durante o expediente, pode sim fugir um pouco do mundo trabalhístico e ninguém pode fazer nada para impedir! Muitas horas lá dentro? Problemas intestinais. – E quem pode ter provas contra os problemas intestinais?

Fim de expediente. Até aí, mais oito, nove horas?

Mais uma vez amassado, mas agora acompanhado daquele cheirinho de trabalho árduo – Por sinal, mais alguém acha que os ferros usados para nos segurarmos dentro dos transportes públicos não deveriam ser colocados próximos ao teto? Não só para casos de anãozísse, como o meu, mas também por questões de axilas à mostra serem uma puta sacanagem, ou falta dela.

Trabalhador e estudante? Parabéns, seu dia está só começando! Seu corpo já foi massacrado, mas para quê ter só metade do serviço, campeão? Você ganhou pacote completo nessa vida, rapaz! Vamos massacrar a alma também! E nada como os trabalhos de faculdade para executarem com vigor essa função. São ainda mais eficazes quando realizados enquanto sua cabeça solta fumaça, depois de um dia de cão - que, aliás, não deveria ser chamado de "dia de cão", porque os cães só comem e dormem. Podemos deixar como "dia de camelo", desses que trabalham carregando turistas.

Fim de aula. Mais quantas horas? É mais fácil calcular quanto falta para acabar. O cidadão olha para o relógio, faz as contas. “Daqui a mais ou menos 8 horas começa tudo outra vez”.

Sim, ainda restam OITO horas. O dia não acabou, o cidadão ainda tem tempo para fazer uma hora de academia, tomar banho, ler três capítulos de um bom livro, postar algo interessante no Twitter, regar as plantas, fazer ovos mexidos, recitar Faroeste Caboclo, pintar um quadro, fazer compras no Polishop, bordar uma nova toalha de mesa, fazer tererê nos pêlos do cachorro e ainda aprender a dançar a conga. Mas, o que ele faz? DORME! Ele tinha tempo, mas ele dormiu. Dormiu porque tinha sido amassado, massacrado, amassado de novo, massacrado de novo e não tinha mais forças nem para uma partida de Pacman.

Então, a conclusão a que chegamos – ou que eu chego, você só lê – é a seguinte: o problema realmente não é falta de tempo. É a falta de vontade causada pelo tempo! A vontade está aí, mas o tempo vai lá e *PAF*, dá um tapa na cara dela e fala “dorme, vadia”!

E o que faremos agora? Nada, a vida é assim mesmo, aceite, foi só um desabafo filosófico-helenístico. Você continuará trabalhando, estudando e sendo esmagado; tudo isso porque sua mãe disse que você precisa estudar pra ser alguém na vida. Tudo isso porque, num belo dia da sua adolescência, você pensou “vou trabalhar para comprar tudo o que tiver vontade” e, quando ficou adulto, conheceu as CONTAS e percebeu que é para pagá-las que você trabalha. Sim, você trabalha pelas contas, não é injusto? As contas é que deveriam trabalhar!
Ainda abrirei uma agência de prestação de serviços na qual só as contas trabalharão. Mas esse assunto fica para outro texto, porque contas são contas e tempo é tempo.